Cette critique peut contenir des spoilers
obrigada japão por servir a nação global com bls interessantes
eu gostei! definitivamente uma relação dom/sub com dominador e submisso caindo no susto numa relação sexual e (!!) amorosa bdsm de primeira viagem. uma coisa é ter uma relação dom/sub consensual sexual... outra coisa (infinitamente mais complexa) é ter uma relação dom/sub amorosa. aparentemente, yoh e mizuki estão tentando fazer isso funcionar. kudos para eles! e boa sorte para eles também rs ambos os coitados se sentem indignos de amor a sua própria maneira: yoh tem auto estima baixíssima (uma narrativa bastante comum para história de personagens submissos... eu adoro o tema, é tão incansável quanto razoável, mas seria interessante ver algo diferente, um dia)), e mizuki é extremamente inseguro afetivamente - por isso o excesso de performance; por isso a dificuldade de ser vulnerável e honesto e direto com yoh (e também em suas relações passadas, com "amigos").
eu não acho que o problema entre os dois seja o de falta comunicação, necessariamente. yoh e mizuki se comunicam. aliás, é por esse motivo que eles se aproximaram para início de conversa. a comunicação é falha? sim, rs, porque os seres humanos são ótimos nisso. o que eles precisam é... criar intimidade amorosa (que foi o que aconteceu no ep em que yoh teve o episódio depressivo; aconteceu no último ep, com mizuki finalmente confessando que gostaria de ser recebido com carinho/atenção depois do trabalho). eles precisam afinar a comunicação. precisam, quem sabe, criar para si uma nova linguagem, já que a relação deles não é miojo rs: é bem peculiar e particular, tanto para os padrões de "normalidade" de relacionamentos, quanto para eles próprios. amei a cena em que mizuki amarrou as mãos de yoh, apelando para as táticas dominadoras para exigir do namorado algo que ele poderia conseguir... simplesmente conversando, explicando, pedindo, esclarecendo. ele foi todo controlador e um minuto depois retirou o que disse, pedindo para yoh esquecer o que ele havia feito. afinal: bdsm não é bagunça rs. e principalmente: não é abuso. li em algum portal de bdsm que apesar do dominar ser quem dita as regras, o real controle está nas mãos do submisso, que decide os limites da relação. isso é importante porque sim, finalmente yoh admite para si e para mizuki que gosta de ser "intimidado" (em outras palavras, ele gosta de ser sub na relação com o mizuki). mas isso é evidentemente uma experiência contraditória para yoh: ele não acha "normal" gostar de ser assim. em vários momentos yoh demonstra desconforto com a dominação amorosa (isto é, fora dos limites sexuais) de mizuki, e ainda parece ter dificuldade de expressar isso. é verdade que a dinâmica da série faz lembrar muito os meus amadinhos de My Beautiful Man (Hira e Kyoi), mas neste ponto, do desconforto, o Hira (sub, ao meu ver, na relação amorosa com kyoi) e yoh se diferenciam imensamente: Hira sempre se sentiu muito em paz muito ok com o fato de idolatrar e obedecer e, enfim, ser sub do kiyoi. por outro lado, tanto hira quanto yoh não conseguem aceitar/entender o amor de seus respectivos namorados (porque eles se sentem muito insignificantes)... porque yoh não consegue se ver merecedor do amor do mizuki, ele constantemente evita ser um fardo para a relação (isso já terrível porque além da baixa auto estima ele literalmente depende financeiramente do mizuki). isso significa que yoh se retrai, ele finge, não diz o que pensa -- basicamente se anula na relação, e só se permite exprimir quando está bêbado ou em episódio depressivo ou doente (por isso mizuki gosta dele bêbado e "doente"). esta foi/têm sido uma dificuldade na relação do yoh com mizuki. yoh só associa o seu prazer submisso às suas inseguranças, e se sente culpado por isso, porque acha que deveria ser melhor, e deveria "odiar mizuki" e "amar a si mesmo", e coisa do tipo. mas ele também não sai desse impasse.
na gama de possíveis leituras de conexões entre esta série e My Beautiful Man, temos também a rigidez/embotamento emocional disfarçado dos "dom": mizuki é obviamente um dominador cadelinha do yoh: ele está totalmente apaixonando entregue enamorado pelo bichinho, mas não consegue confessar isso a não ser que seja através de leitura ambígua em voz alta de mangá, ou a partir de "brincadeirinhas". coisa parecida a gente assistiu com Kyoi, e sua dificuldade de admitir a necessidade por afeto [do hira, especificamente], bem como o seu amor por ele. isso parece configurar, tanto para mizuki quanto foi para kiyoi, uma fraqueza de caráter que os tornaria automaticamente indesejáveis aos olhos de seus meninos, ou coisa parecida.
enfim. mizuki e yoh são uns queridos. dei muita risada com uns absurdos de obsessão e humilhação que esta série proporcionou. é por essas e outras que amo bons bls com dinâmicas típicas bdsm (ou qualquer outra trope que deixe nítida certas dinâmica de poder, como age gap, ou diferença em classe social etc): essas dinâmicas escancaram, por "exagero" ou "excesso", aspectos bastante comuns das relações ditas "não tóxicas" ou """""""nOrmAiS""""""": ciúmes; ações irracionais; exposição; o desejo incabível de posse sobre o outro, e como navegá-lo na vida prática; inseguranças inseguranças inseguranças ("o amor é sempre tão vergonhoso?", yoh se pergunta); a necessidade básica de afeto e cuidado e gentileza; o fato da escuta ser vital para boa (e qualquer) relação que se preze... este bl soube trabalhar esses temas de uma forma muita bem feita. nada aprofundado, mas também nada insignificante.
terminei a série jurando que haveria um nono ep rs. não pude acreditar que o drama acabou do jeito que foi: há de haver outra temporada! se for o caso, espero ver mais da história pessoal de cada um dos leads. gostei do casal, mas não me senti excepcionalmente apaixonada por eles porque não sinto que a série nos trouxe infos cativantes o bastante sobre yoh e mizuki individualmente para isso acontecer. quem sabe numa outra season? isso seria perfeito.
no mais: foi uma experiência gostosinha. aura intimista. a amizade de yoh com a otaku não pareceu forçada, o que é um alívio, e não me senti cansada do ambiente doméstico (a química dos leads contribuiu e muito). gostei!
eu não acho que o problema entre os dois seja o de falta comunicação, necessariamente. yoh e mizuki se comunicam. aliás, é por esse motivo que eles se aproximaram para início de conversa. a comunicação é falha? sim, rs, porque os seres humanos são ótimos nisso. o que eles precisam é... criar intimidade amorosa (que foi o que aconteceu no ep em que yoh teve o episódio depressivo; aconteceu no último ep, com mizuki finalmente confessando que gostaria de ser recebido com carinho/atenção depois do trabalho). eles precisam afinar a comunicação. precisam, quem sabe, criar para si uma nova linguagem, já que a relação deles não é miojo rs: é bem peculiar e particular, tanto para os padrões de "normalidade" de relacionamentos, quanto para eles próprios. amei a cena em que mizuki amarrou as mãos de yoh, apelando para as táticas dominadoras para exigir do namorado algo que ele poderia conseguir... simplesmente conversando, explicando, pedindo, esclarecendo. ele foi todo controlador e um minuto depois retirou o que disse, pedindo para yoh esquecer o que ele havia feito. afinal: bdsm não é bagunça rs. e principalmente: não é abuso. li em algum portal de bdsm que apesar do dominar ser quem dita as regras, o real controle está nas mãos do submisso, que decide os limites da relação. isso é importante porque sim, finalmente yoh admite para si e para mizuki que gosta de ser "intimidado" (em outras palavras, ele gosta de ser sub na relação com o mizuki). mas isso é evidentemente uma experiência contraditória para yoh: ele não acha "normal" gostar de ser assim. em vários momentos yoh demonstra desconforto com a dominação amorosa (isto é, fora dos limites sexuais) de mizuki, e ainda parece ter dificuldade de expressar isso. é verdade que a dinâmica da série faz lembrar muito os meus amadinhos de My Beautiful Man (Hira e Kyoi), mas neste ponto, do desconforto, o Hira (sub, ao meu ver, na relação amorosa com kyoi) e yoh se diferenciam imensamente: Hira sempre se sentiu muito em paz muito ok com o fato de idolatrar e obedecer e, enfim, ser sub do kiyoi. por outro lado, tanto hira quanto yoh não conseguem aceitar/entender o amor de seus respectivos namorados (porque eles se sentem muito insignificantes)... porque yoh não consegue se ver merecedor do amor do mizuki, ele constantemente evita ser um fardo para a relação (isso já terrível porque além da baixa auto estima ele literalmente depende financeiramente do mizuki). isso significa que yoh se retrai, ele finge, não diz o que pensa -- basicamente se anula na relação, e só se permite exprimir quando está bêbado ou em episódio depressivo ou doente (por isso mizuki gosta dele bêbado e "doente"). esta foi/têm sido uma dificuldade na relação do yoh com mizuki. yoh só associa o seu prazer submisso às suas inseguranças, e se sente culpado por isso, porque acha que deveria ser melhor, e deveria "odiar mizuki" e "amar a si mesmo", e coisa do tipo. mas ele também não sai desse impasse.
na gama de possíveis leituras de conexões entre esta série e My Beautiful Man, temos também a rigidez/embotamento emocional disfarçado dos "dom": mizuki é obviamente um dominador cadelinha do yoh: ele está totalmente apaixonando entregue enamorado pelo bichinho, mas não consegue confessar isso a não ser que seja através de leitura ambígua em voz alta de mangá, ou a partir de "brincadeirinhas". coisa parecida a gente assistiu com Kyoi, e sua dificuldade de admitir a necessidade por afeto [do hira, especificamente], bem como o seu amor por ele. isso parece configurar, tanto para mizuki quanto foi para kiyoi, uma fraqueza de caráter que os tornaria automaticamente indesejáveis aos olhos de seus meninos, ou coisa parecida.
enfim. mizuki e yoh são uns queridos. dei muita risada com uns absurdos de obsessão e humilhação que esta série proporcionou. é por essas e outras que amo bons bls com dinâmicas típicas bdsm (ou qualquer outra trope que deixe nítida certas dinâmica de poder, como age gap, ou diferença em classe social etc): essas dinâmicas escancaram, por "exagero" ou "excesso", aspectos bastante comuns das relações ditas "não tóxicas" ou """""""nOrmAiS""""""": ciúmes; ações irracionais; exposição; o desejo incabível de posse sobre o outro, e como navegá-lo na vida prática; inseguranças inseguranças inseguranças ("o amor é sempre tão vergonhoso?", yoh se pergunta); a necessidade básica de afeto e cuidado e gentileza; o fato da escuta ser vital para boa (e qualquer) relação que se preze... este bl soube trabalhar esses temas de uma forma muita bem feita. nada aprofundado, mas também nada insignificante.
terminei a série jurando que haveria um nono ep rs. não pude acreditar que o drama acabou do jeito que foi: há de haver outra temporada! se for o caso, espero ver mais da história pessoal de cada um dos leads. gostei do casal, mas não me senti excepcionalmente apaixonada por eles porque não sinto que a série nos trouxe infos cativantes o bastante sobre yoh e mizuki individualmente para isso acontecer. quem sabe numa outra season? isso seria perfeito.
no mais: foi uma experiência gostosinha. aura intimista. a amizade de yoh com a otaku não pareceu forçada, o que é um alívio, e não me senti cansada do ambiente doméstico (a química dos leads contribuiu e muito). gostei!
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