Essa série tem tantas camadas que não sei nem por onde começar...
A princípio, confesso que assisti pra apoiar o Saint em sua primeira produção, sou muito fã dele! Mas fui me apaixonando pela série, pelos personagens, e até pelos atores. A história por trás da série é linda. Saint sofreu muito preconceito na indústria, e queria dar oportunidade a jovens atores de mostrarem seu talento e terem oportunidade de aparecer na TV sem que precisassem passar pelo que ele passou. E fez isso com maestria.

De início, gostaria de falar sobre o roteiro, e vou abstrair aqui o fato do protagonista ser um personagem caricato, pois acho que isso é algo intencional, pq claramente ele tem um distúrbio sério que o leva a cometer atos totalmente doentios, que felizmente só afetam a ele próprio, o que justificaria suas ações. Mas, infelizmente a série perdeu a oportunidade de falar sobre transtornos mentais. Um grupo de amigos populares, e um grupo de amigos "invisibilizados", sendo que os populares na verdade são apaixonados pelos invisíveis (o plow twist, meu pai). Esses dois universos se encontram num ambiente universitário, e tudo é envolto em muita comédia.

Gostaria de falar sobre os dois grupos de amigos. Os populares são ricos... Temos um casal GL (quando nos apresentaram as Queens Freen e Becky como casal), mas que não foi muito desenvolvido, talvez pra não tirar o protagonismo dos meninos, Nuea, o mais popular de todos, que está apaixonado por Toh. Sky, que também está apaixonado por KhaoJao. Ainda temos um dos amigos que é hétero, mas super de boa.

O grupo de amigos invisibilizados, são mais humildes, mas creio jamais ter visto uma amizade tão bela quanto a deles. Eles se entendem, choram e sorriem juntos, sabem dos defeitos dos outros e se aceitam sem julgamentos, aconselham quando preciso, e quando os amigos não seguem o conselho eles continuam lá com o ombro disponível para que eles chorem juntos. Impossível não se emocionar quando Daisy passou a tentar ser masculino para ser aceito pela sociedade e seu novo affair, quando eles protegiam Toh de ser julgado por suas atitudes "singulares", e o quanto incentivaram KhaoJao, que tinha problemas com sua auto-imagem por se sentir gordo, a se aceitar e aceitar o amor de Sky, pois sabiam que o que ele sentia era medo de sentir inferior a Sky no relacionamento, o que não era verdade. O próprio Sky sempre deixou claro seus sentimentos, e foi fundamental para essa descontração de imagem negativa que Jao tinha do próprio corpo.

Pra não dizer que não teve um clichê ruim, tivemos Prao como pretendente tóxica, que não aceitava que Nuea não a queria... além do maluco que tentou se parecer com Toh para ficar com Nuea, e o clássico jogo do rei. E é claro, o romance entre os nerds e os populares.

Também teve um efeito surpresa, pois de início, eu jamais imaginaria que na verdade Nuea e sua gangue estavam interessados em Toh e seus amigos, quando isso veio à tona fiquei meio que chocada.
Um ponto positivo foi quando Nuea descobriu o transtorno de Toh, mesmo sem nomear isso como transtorno, foi o que ele aparentou compreender. Ao invés de julgar Toh, ele o abraçou e fez de tudo para deixá- lo confortável.
Outro ponto positivo são as famílias de Toh e Nuea, que simplesmente entendem tudo de braços abertos, em compensação, os amigos de Sky são idiotas que conseguiram deixar Jao mais inseguro do que já é.

Os aspectos Técnicos são bem trabalhados, a ost é perfeita, a atuação (com excessão de Seng) é bem acima do que eu esperava, fotografia e filmografia boas.

Enfim, amo essa série. Gostaria que mais pessoas pudessem vê-la, e com certeza irei assistir mais vezes.