It’s Okay to Not Be Okay
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A trama gira em torno da Moon Young, uma escritora de livros infantis que sofre de um transtorno de personalidade anti-social e não conhece o amor devido a forma que foi criada pela mãe, e Gang Tae, um assistente de saúde muito empático ao lidar com os pacientes na clínica psiquiátrica em que trabalha, que também ao cuidar de seu irmão mais velho autista, Sang Tae.
Esse drama foi a minha aposta para o segundo semestre e fiquei maravilhada por não estar errada, tanto que ele figurou no TOP10 da Netflix por várias semanas, tanto no Brasil como pelo mundo. Com um enredo que mescla muito bem o psicológico e comédia, além de uma boa dose de fantasia e romance. Foi fácil observar como a Coreia tem potencial ao abordar de forma verdadeira transtornos psicológicos e saúde mental.
Por causa do tema, já era de se esperar que os personagens não fossem os mais fáceis - nem de lidar ou entender. A começar pela escritora Moon Young, uma protagonista forte, quase como um trator passando por cima do que acha ser errado e também do que considerava ser o certo, tornando-se ambígua e impulsiva. Ela é capaz de nos levar do riso às lágrimas com sua mente ao criar histórias, inserindo nelas muito realismo e dor.
Moon Young conhece Gang Tae quando precisa visitar o pai que está internado na clínica psiquiátrica. É quase um amor à primeira vista ─ coisa do destino, como ela mesma diz ─, e para piorar, o irmão dele, Sang Tae, é apaixonado pelos livros dela, o que torna os encontros impossíveis de serem evitados.
E por falar nos livros, preparem-se para ser bombardeados por lindas historinhas animadas sendo desenvolvidas de acordo com o que os episódios querem revelar. São maravilhosas, ─ e se cabe uma referência literária aqui ─, eu senti muita vibe do Neil Gaiman ao longo da trama por conta do realismo mágico, dando muita vontade de adquirir todos os livros da Moon Young.
Claramente, eu não esperava que o retorno de Kim Soo Hyun às telas fosse com Gang Tae, um personagem de origem humilde com um peso gigante nas costas por criar o irmão mais velho após a morte da mãe, e muito menos que ele fosse se relacionar com uma mulher rica. Eu estava acostumada a vê-lo de terno e sendo soberbo, e não com camisas de uma única cor e calça jeans. Isso apenas mostrou como um ator com muitas facetas pode se tornar ainda melhor saindo da zona de conforto.
Gang Tae é cheio de qualidades, já que é isso que o torna tão atraente para Moon Young, mas também é uma pessoa que passou a vida toda se anulando e sendo o que achava que se esperava dele. Porém, ao longo da trama é nítido como ele e o irmão evoluem. E meu Deus, como falar do Sang Tae? Um personagem autista com uma inteligência e criatividade absurda, que apesar de viver em seu mundo particular, também é muito ciente do que acontece à sua volta. E com a chegada da Moon Young na vida deles, esse choque de realidade vai aumentar.
De forma alguma, o romance fica em segundo plano. Moon Young e Gang Tae tem uma química explosiva desde o primeiro episódio que se sustenta até o final. Com todos os problemas que existem entre eles, conseguem manter o interesse e até transpor alguns de maneira altruísta e saudável. Ninguém precisa se excluir para que caiba na vida do outro, se apoiam e a ajuda é mútua. Um casal que dá gosto de acompanhar.
Todos os personagens são maravilhosos e o crescimento deles é gigantesco; uma evolução bonita para todas as partes, mas principalmente para o Sang Tae que precisava se desenvolver e ter mais autonomia sobre a própria vida. Eu não conseguiria desenvolver pontos sem revelar em excesso, mas foi um drama coreano com o final mais redondo e emocionante.
O elenco secundário possui ótimos atores e algumas participações especiais. No hospital psiquiátrico é possível acompanhar diversas histórias de vida que apesar de não ganhar muito destaque aparecem quando necessário para condizer com o episódio. Um destaque especial para o diretor da clínica e o editor da Moon Young, que com um jeito debochado deram alívio cômico no momento certo.
O único ponto negativo são os furos no roteiro nas partes que envolviam a mãe da Moon Young. Fiquei aguardando um desenvolvimento maior dos motivos que a levaram a agir como agiu, se ela tinha de fato algum problema psicológico e como conseguiu despistar tantas pessoas por tanto tempo. Achei muito enrolado todo o mistério e quando apresentado foi insuficiente.
Citação: "Aquele que negligencia e faz vista grossa ao abuso é pior do que a pessoa que abusa."
A fotografia e cenografia são esplêndidas, algo que eu nem me admiro mais vindo da tvN. O adicional de ter uma animação inserida ali também deu um toque diferente, fazendo tanto a história do drama como a dos personagens se relacionarem. A trilha sonora sempre me fisga nas cenas mais emocionantes, o que tornou "In Silence" da Janet Suhh muito especial.
Eu senti a necessidade de recomeçar os episódios logo assim que terminavam, pois sempre ficava com a impressão de que não tinha absorvido tudo tamanha a intensidade de algumas cenas ou a mensagem que queriam passar. É uma dorama para assistir sem pressa, mas que também dá a necessidade de que é preciso ver os episódios de forma corrida, seja pelo gancho do final ou para saber como toda a trama vai se desenrolar.
Com certeza vou colocar It's Okay To Not Be Okay no meu TOP de 2020 pela forma como me emocionou e da importância do tema. Então se você está procurando um roteiro intenso com um toque de fantasia, personagens cativantes e que não deixam à desejar, acredito que esse drama coreano é para você.
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Crash Landing on You
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Yoon Se Ri construiu uma empresa de moda de muito sucesso, e uma das únicas preocupações dela é que a empresa continuem em ascensão sob o seu controle, já que infelizmente tem irmãos ambiciosos. Embora tenha se afastado da família, a ordem de Jeung Pyeong, seu pai que está em liberdade condicional após cumprir pena por fraudes, quer que ela volte para casa e assuma a presidência da empresa.
Sem nenhuma empolgação com o desejo do pai, segue a própria rotina e ao fazer um teste da sua marca esportiva num parapente é surpreendida por uma mudança climática repentina e vai parar desacordada presa em uma árvore. Sem se dar conta de onde está, Se Ri acaba sendo resgata pelo capitão Ri Jung Hyuk enquanto lidera sua unidade na DMZ, a área desmilitarizada da Coreia, que divide as duas Coreias.
Com um enredo instigante envolvendo a briga política entre Coreia do Sul e Coreia do Norte, Crash Landing on You também é uma comédia romântica sobre o amor impossível entre um capitão norte-coreano e uma herdeira sul-coreana. Ao ser resgata e ao perceber que está em perigo, Se Ri tem a marca registrada da personalidade que a roteirista gosta de criar: bem forte, porém mesclada com bom humor. E fica por conta dela a maioria das cenas cômicas recheadas de inteligência e dinamismo quando precisa ser escondida pelo capitão Ri. Ela praticamente entra na vida do homem chutando todas as portas e ocupando espaços que ele não achava que estavam disponíveis, precisando mentir e morar juntos.
Se Ri não tem apenas que lidar apenas com o capitão, mas também com os homens que fazem parte da unidade dele. Com suas personalidades marcantes Chi Su, Ju Muk, Kwang Bum e Jun Sang tornaram cada minuto do enredo mais divertido e cativante. Seja pela implicância, a paixão pelos dramas coreanos, o amor pela família ou por seu jeito calmo, cada um desses oficiais são um brilho á parte do início ao fim, formando uma tropa militar muito emocionante e leal.
Mas eu disse que tem muita comédia, não foi? Se Ri precisa se adaptar na Vila Militar onde residem as esposas de militares. São mulheres que contam sua própria história, seja apoiando o marido, ou sendo aquela que cuida dos filhos enquanto o chefe da família demora dias para voltar para casa. Elas também são vitais, um elenco de rostinhos muito conhecidos na dramalândia que compõe um time hilário que se unem à protagonista para criar laços e cenas de sororidade bem fortes. Fiquei emocionada várias vezes sem saber se ria ou se chorava com essas personagens carismáticas e cheias de vida.
Magistralmente, os k-dramas se especializam mais e mais em romances slow burn, que aos poucos ganham profundidade e tornam-se mais intensos. Jung Hyuk e Se Ri vão obtendo mais detalhes da vida familiar e profissional, se conhecendo e se importando um com o outro enquanto passam mais tempo juntos. A química é inegável enquanto trocam piadas afiadas e até mesmo a vida de ambos estão em perigo. A carga emocional também é de alto nível, tornando assim um daqueles dramas em que a torcida pelo casal é garantida, o que vai agradar a quem assistir.
Apesar do conceito de romance inter-coreano não seja novo, mas foi muito bem feito em Crash Landing on You e mostrado sob uma nova ótica. Bem diferente de The King 2 Hearts, transmitido pela emissora MBC em 2012, onde uma oficial norte-coreana se apaixonada pelo príncipe da Coreia do Sul, trazendo uma mudança para a monarquia. Todavia, creio que todo o roteiro e produção foram muito bem acertados, mostrando algumas verdades e usando de sensibilidade e respeito em outras. No entanto, infelizmente, enquanto o drama foi transmitido tiveram algumas denúncias e processos contra a emissora, acusando-os de supervalorizar e dar atenção ao estilo de vida norte-coreano.
Quem ganhou o meu coração mesmo foram o Seung Jun e a Dan. Já tenho um longo histórico com amar casal secundário e com eles não poderia ter sido diferente. Dan é a filha do comendante e amiga de longa data do Capitão Ri que torna à Coreia do Norte, mas acaba encontrando Seung Jun, um vigarista que buscou refúgio no Norte após fugir do Sul. Ambos são personagens com características fora do padrão de certo e errado, até mesmo odiáveis na própria individualidade. A cada novo episódio eu ia conhecendo as facetas de cada um, entendo suas diferenças e percebendo que juntos se ajudam e foram um casal improvável que dá muito certo.
Eu demorei a cair no hype - e foi pesadíssima! Maratonei os 10 primeiros episódios como se não houvesse amanhã, que por sinal, são grandes. Foram 16 episódios que oscilavam entre 1h20min e outros ganhando até mais alguns minutinhos. E passaram voando, bem daquele estilo que faz você dizer "Já acabou? Próximo!". É instigante e vale toda a hype!
Cantores bem famosos e conhecidos como Davichi, Crush, Seo Jeong e a IU foram convidados e aceitaram dar ainda mais vida a esse enredo lindo. Minha favorita, One Day na voz do talentoso Kim Jae Hwan, estraçalhou meu coração de muitas formas quando tocava em momentos cruciais e que exigiam muita emoção.
A ambientação também não fica atrás. Seja a fotografia de encher os olhos que dá vontade de ser transportada para aqueles lugares belíssimos, ou a chuva ou a neve caindo, não foram usados apenas como composição de cena. Era a parte essencial, usada para dar vida e passar emoção. Emoção e intensidade são sinônimos para Crash Landing On You.
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Na Bong Seon consegue ver e sentir a presença das almas dos que ainda não foram para o "outro lado" por causa da avó que é xamã, a tornando quase um imã ambulante para fantasmas. Por conta desses "poderes" a jovem não é aquela garota cheio de vida, muito pelo contrário, é tímida, tem baixa auto-estima e nenhum amigo. Isso faz com que suas energias diminuam ainda mais até que um dia é possuída pela Shin Soon Ae.
Mas ver fantasmas não paga as contas, então Na Bong Seon trabalha como ajudante de cozinha num restaurante muito movimentado e é a única mulher do grupo. Ela é aquela que lava os pratos, mas que espera um dia conseguir mostrar seu talento e exercer a função de sous-chef.
Mas se depender do Sun Woo, isso nunca vai acontecer. Como dono do restaurante leva muito a sério sua profissão e controla com mãos firme seus funcionários e sabe como a garota é um tanto desastrada e desatenta. Mas isso muda um pouco após a possessão, pois a garota tímida se transforma. Por que será?
Nesse drama temos a fantasma mais assanhada de que já ouvimos falar. Sério!! Coreia tem as melhores ideias que já vi na minha vida!!! Bong Sun morreu muito nova e nem teve a oportunidade de arrumar um namorado e não se conforma de ter morrido virgem, e para ela isso é um absurdo!
E isso faz a Soon Ae agir muito diferente, quase como se a coitada tivesse trocado de personalidade. E pior, ela sabe que foi possuída, mas também não consegue fazer com que a fantasma saia do seu corpo, fazendo assim com que elas tenham que conviver juntas o tempo todo.
Adorei a personalidade da Bong Sun, como sempre a atriz Kim Seul Gi não me decepciona com sua atuação vivaz e que faz o telespectador querer estar no drama também, ter empatia e conhecê-la melhor. Fazia tempo que eu não ria tanto com um drama e uma protagonista feminina tão divertida.
O romance entre o casal principal é algo muito sutil, que vai acontecendo aos poucos. Como já disse, Sun Woo não é um alguém fácil de lidar, mas a personalidade carinhosa da Soo Ae (e com a ajudinha da fantasma) esses dois vão se aproximar de um jeito que é impossível não shippar e querer logo que fiquem juntos.
Adorei como o relacionamento se desenvolve, a maneira como cada um vai baixando as inseguranças e dando uma chance para o amor. Eles são uns fofos e tudo ajuda.
Como parte do elenco também temos a Eun Hae, irmã do Sun Woo que é casada com o policial Sung Jae. Um homem que ama demais a esposa cadeirante e faz de tudo para que ela seja feliz.
E todo o mistério é saber como a fantasma morreu, pois como pode uma garota tão legal ter morrido. Conforme acompanhava não tinha nada que a tornava uma má pessoa ou que a tivesse colocado em uma situação ruim. Bong Sun tem certeza de que morreu muito cedo.
E como nem só partes divertidas é feito um dorama, então temos o lado dramático também que é notar como um família que perdeu um parente querido fica com a ausência dessa pessoa. E assim acompanhamos a vida triste que Myung Ho, o pai da Soo Ae leva e também como o irmão mais novo, Kyung Mo está lidando com tudo. Ambos tem um restaurante caseiro em que a filha era sua maior ajudadora, tanto servindo como indo ás compras. E foram essas as partes que mais me emocionaram - como sempre né! Perda nunca é algo fácil e quem fica sofre mais.
As partes cômicas não ficam só por conta da fantasma Soo Ae, também temos a empolgada equipe do restaurante. Min Soo (Kang Kim Young), Dong Chul (Choi Min Chul), Seo Joon (Kwak Shi Yang) e Ji Woong (Oh Ui Shik) formam um time muito engraçado. Nunca tive tanta certeza que o ator Kim Young nasceu para fazer comédia como tive nesse drama. O rosto dele é engraçado e as atitudes só ressaltam o que já é sabido.
O final foi um dos mais impactantes que já vi, no que diz respeito a desvendar o mistério da causa da morte da Soo Ae. Pois é, tvN é maravilhosa em me surpreender e mesmo após tanto tempo que vi esse drama, ainda é uma das coisas que o tornam tão interessante.
E de tudo o que eu realmente mais gostei nesse drama é como humana e fantasma criam um relacionamento de amizade. Por mais que isso possa ser irreal foi o que mais me agradou. Fantasia é isso, fazer o que seria impossível se tornar realidade. Soo Ae e Bong Sun é um dos melhores sismances¹ que já vi.
Esse drama tem um elenco muito forte e é uma das coisas que o tornam tão especial. É muito talento reunido. Temos a famosa Park Bo Young, que para os íntimos vai ser a eterna Bon Bon de Strong Woman (leia a resenha aqui), o maravilhoso Jo Jung Suk que só faz dramas bombásticos (The King 2 Hearts e Jealousy Incarnate) e a divertida Kim Seul Gi, minha eterna Dan Bi de Splash Splash Love (prometo ainda falar desse drama por aqui ).
¹. Sismances é um termo do inglês "Sister Romance" que defini uma amizade tão forte entre duas ou mais personagens femininas, sendo uma parte tão importante do roteiro como se fosse um romance.
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Após presenciar o pai ser assassinado, Sook Hee cresce com um senso de responsabilidade de vingança. Sob os cuidados de Joong San, é treinada para se tornar uma assassina. Conforme o tempo passa, ambos se apaixonam e se casam.
Vemos Sook Hee mostrar toda a sua habilidade nos primeiros minutos do filme enquanto deixa uma pilha de corpos no chão mostrando para o que veio em seu ato de vingança treinada, após ver sua vida virar uma sucessão de acontecimentos pareciso quando o assassino de seu pai retorna e mata seu marido.
No entanto, nem tudo é fácil, já que é capturada e tem sua vida literalmente apagada. Agora grávida e sem recursos, é obrigada a trabalhar para a Agência de Inteligência, que aliás é comandada por uma mulher valentona, mas que em momento nenhum perde a linha. A agência programa assassinatos, e se Sook Hee concordar terá sua liberdade garantida quando cumprir dez anos de trabalho para viver uma vida comum.
Como em breve terá um bebê nos braços, ela aceita sua nova identidade: Chae Yeon Soo, 27 anos, atriz de peças teatrais e uma assassina de alugue. Mas vemos que para Sook Hee não é algo fácil de lidar, as vidas se embaralham e causam nela uma certa controvérsia. Além de que um homem surge em sua vida.
E foi nessa parte que o filme se tornou ainda mais interessante para mim. Ver as duas personalidades em conflito, duelando para ver qual delas se sobressaia. Foi uma boa quebra para a violência e cenas sangrentas que toda a temática do filme nos proporciona. O estilo mais calmo, íntimo e até romântico em algumas partes ainda me deixaram pressa à trama.
Se você for assistir A Vilã achando que não vai achar nada de interessante, é um engano. O enredo prende muito, há várias reviravoltas dentro da história que não permite o desvio da atenção.
Com uma mescla de Kill Bill, o roteiro e direção de Jung Byung Gil não deixa nada a desejar. É incrível a técnica cinematográfica e enche os olhos do espectador. O elenco é outro show à parte. Atores e atrizes que são figurinhas repetidas nos dramas coreanos, podendo mostrar mais ainda seu poder de atuação em um filme com um alcance e temática diferenciado.
Indico muito para quem gosta de algo mais violento e até sangrento, mas que também entrega um roteiro de excelente qualidade.
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A Song & Kim conta com alguns sócios para uma empresa jurídica. Um deles é Hee Jae que está acostumado a vencer e leva a maior responsabilidade ao representar os casos mais importantes. Mas quando, acidentalmente conhece decidida advogada Geum Ja, seu dia a dia e até sua posição como sócio está em jogo.
Talvez o resumo acima tenha sido um pouco clichê, mas creio que se contar em poucas palavras o primeiro episódio desse dorama será um baita spoiler. Na dramaturgia coreana há uma baixa tolerância à iniciações ágeis, visto que o importante é construir a evolução dos personagens. Acredite, não estou reclamando, mas isso nem sempre entretém. No entanto, Hyena foi abençoado com o melhor episódio de estreia que já tive o prazer em assistir e também me tirou do jejum de bons dramas jurídicos.
Quem já viu o ator Ji Hoon em Kingdom, vai gostar em como o ator é versátil fazendo um papel cômico mostrando o progresso em diversos personagens. Hee Jae é um homem privilegiado que não sua seus recursos como truque para ter vantagem. Ele preza pela justiça e não aceita quando membros da sua família, que também possuem cargos parecidos, se intrometam.
Em contrapartida, Geum Ja não mede esforços para conseguir o que quer. Ela é ambiciosa até o último fio de cabelo, passando como um trator por cima de quem precisar para atingir seus objetivos, pois começou de modo muito humilde em um pequeno escritório e ambos vão medindo forças por vários episódios na Song & Kim.
Temos uma carga emocional gigante na linha temporal mostrando a vida da Geum Ja antes de chegar onde está, que por vezes faz o telespectador ter empatia da protagonista, usando isso como desculpa. Mas que logo em seguida, vemos como ela está longe da perfeição, sendo egoísta e prepotente. E esse é um fator que mais me manteve entretida ao longo da trama: a inversão de papéis.
Estamos muito acostumados a ver homens ambiciosos e mulheres muito românticas, só que em Hyena a troca é absurda. Hee Jae apesar de estar em um emprego que foca no poder é um homem que gosta de ganhar, mas com justiça e que recrimina as atitudes da Geum Ja e se vê apaixonado por ela. Sendo que a mesma não se preocupa nenhum pouco com romance e está mais preocupada em criar um nome poderoso para si mesma, por mais que isso custe ser reprovável ao tratar os clientes e usar de subterfúgios. Em vários momentos me vi muito dividida entre ficar irritada e ovacionar essa protagonista. Ela é tão diferente, ambígua e complexa.
Todo o elenco é muito rico e há a formação de um time maravilhoso. Cada um em diferentes fases da vida, mas com um potencial tremendo para nos chocar ou nos fazer sorrir - pois não dá para esquecer que tem comédia. Eu amei a assistente da Geum Ja, quase um braço direito e que se mete sempre onde não é chamada. E o Gi Hyuk, assistente do Hee Jae, que com a Yoo Mi acabam fazendo um casal secundário muito hilário e fora da casinha. Os episódios são muito bem amarrados com casos que vão além do escritório e tribunal. Vão á fundo em questões importantes e intensos, não dando para classificar bem quais personagens são bons e maus, deixando a linha bem tênue nesse sentido. Então, se há um drama coreano na Netflix que eu indico de olhos fechados é Hyena.
A fotografia é belíssima, adicionada a uma sucessão de cenas em slow motion para as cenas cômicas e uma trilha sonora que começa muito bem desde a abertura. Minha canção favorita foi On The Road interpretada pelo Beakyun, pois ela deu o toque especial e romântico que resumiu bem a intensidade do casal apesar do foco no drama não ser o romance. Fiquei muito apaixonada por eles, era uma química que saltava das telas.
Então, se você curte comédias românticas, uma boa dose de tema jurídico e com personagens complexos, você vai adorar Hyena.
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